Manco Ballet
+ mais detalhesDescrição do Produto
Os bailarinos são cegos. Um vez alguém me disse. Ou eu mesmo vi. Não lembro. Cegos. Pode notar. Todos sustentados pelo olhar. A um passo do abismo. Guiados pela sombra. Sempre na ponta dos pés. Gosto disso. Desses perigos. Voos no vazio. Cheios de ritmo. Ou até: desritmados. Indo para todos os lados. Onde der. Pois é: foi assim que eu li o livro do Donny Correia. Este seu Balletmanco. Beleza! Este rodopio com a palavra. Gingada. Inventurada. Uma poesia que não se contém. Amém. Concreta. Nada concreta. Abstrata. Vento que bate na pétala. Despetalada. Espeta, espanta os cabelos da amada. “Temporal no bosque”. Ou: “aguácida”. Um Deus que “mija em nossas cabeças”. Diz e não diz o autor. Ele que muito me impressionou no dia em que li um conto seu na antologia “Doze”. Conto? Discorda o poeta. Porque tudo o ele quer é: “Disconcordar”. Sacodir o verbo. Espalhar as letras. Como que rejeita qualquer delicadexa. “Farto de mim mesmo.” Xô! “Assim se/ foram”. Os cupins. Os amores. “Me achei já de saída”. Que maravilha de verso! Ou o que seria? Não importa. Entre você, leitor, no corpo deste livro. Sem medo. E sem esperança. Cego de tudo. Na desonra desta contradança. (Marcelino Freire)
Atributos
- num_paginas:
- 90
- ano_edicao:
- 2010
- num_edicao:
- 1
- isbn13:
- 9788563141002
- ean:
- 9788563141002
- autor:
- CORREIA, DANNY
- editora:
- [E] EDITORIAL (ANNABLUME)
- encadernacao:
- BROCHURA
- peso:
- 0.150
- altura:
- 23.000
- largura:
- 16.000
- comprimento:
- 1.000